quarta-feira, julho 18, 2007

Interprofissional do IVDP decide até Agosto número de pipas a beneficiar no Douro

O conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) vai decidir, até Agosto, qual o número de pipas que a Região Demarcada do Douro (RDD) vai transformar em Vinho do Porto na próxima colheita.
Segundo fonte do Ministério da Agricultura, o comunicado de vindima de 2007 será publicado no primeiro domingo de Agosto. Embora numa primeira fase o conselho regional da Casa do Douro não tenha indicado representantes da produção para o interprofissional do IVDP, a instituição duriense acabou por enviar segunda-feira a lista dos conselheiros que vão representar a produção. O conselho interprofissional do IVDP é um organismo composto por 10 conselheiros, cinco representantes do comércio e igual número da produção para cada uma das denominações, designadamente a do Douro e do Porto. Devido à falta de indicação da Casa do Douro para o interprofissional, o ministro da Agricultura assinou um despacho, publicado no dia 11 de Julho em Diário da República, através do qual autorizava o presidente do IVDP “a adoptar os actos necessários ao suprimento das mesmas”, uma omissão que Jaime Silva considerou que poderia “prejudicar os interesses da RDD”.
O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, disse à agência Lusa que a conselho regional da instituição indicou segunda-feira ao IVDP os conselheiros que vão representar a produção no interprofissional. Este atraso na indicação dos representantes da produção foi, segundo o responsável, uma “forma de protesto” contra as “arbitrariedades” que diz estarem a ser “cometidas contra o Douro”. A Casa do Douro contesta os resultados apurados na auditoria realizada pela Inspecção-Geral da Agricultura (IGA) que concluiu que o organismo duriense deve cerca de 1,4 milhões de euros ao Estado. Esta dívida é relativa a 880 mil euros de taxas devidas pela instituição, desde há vários anos, e que transitaram da extinta Comissão Interprofissional da Região Demarcada do Douro (CIRDD) para o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e ainda 530 mil euros relativos a remunerações, em 2005 e 2006, dos funcionários do Quadro Especial Transitório da Casa do Douro. Manuel António Santos afirma que a Casa do Douro não “está de acordo” com os números apurados na auditoria, porque, segundo frisou, a instituição duriense reclama uma actualização das verbas recebidas da CIRDD, entre 1996 e 2005. O responsável acusou ainda o IVDP de tentar “dividir” a região, ao ter convidado, por exemplo, a União das Adegas Cooperativas do Douro (Unidouro) para representar a produção.
O presidente da Unidouro, José Manuel Santos, referiu que este organismo recusou a proposta do IVDP na semana passada. Apesar das diversas tentativas a Lusa não conseguiu obter declarações do presidente do IVDP, Jorge Monteiro. Na última vindima, foram beneficiadas 123.500 pipas de vinho do Porto, o que representou um aumento de 3.500 pipas em relação à colheita anterior.

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