Novo sistema informático define área das parcelas da Região Demarcada do Douro
O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) desenvolveu um novo sistema informático para gestão das parcelas de vinha da região que promete resolver conflitos com agricultores uniformizando os diversos critérios de medição das áreas daqueles terrenos.
Segundo disse hoje à agência Lusa o vice-presidente do IVDP, até agora as várias instituições regionais e nacionais do sector usavam diversos sistemas e critérios de medição das parcelas, resultando na definição de áreas diferentes para as mesmas parcelas, o que gerava "permanentes conflitos" com os viticultores.
Segundo António Graça, é com base nas áreas das parcelas que são aplicadas as medidas da Política Agrícola Comum (PAC), assim como regulados os direitos de plantação e atribuído pela Casa do Douro o chamado "benefício" (mosto generoso).
António Graça considera o novo sistema como uma "evolução significativa" através do qual o ficheiro de parcelas de vinha da região duriense deixa de ser descritivo, para passar a ter uma representação geométrica "bem definida".
Desenvolvido com a colaboração do INESC Porto (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores) e financiado pela medida 1.4 do Programa Operacional do Norte, o projecto colocará, segundo o IVDP, a Região Demarcada do Douro "na vanguarda da utilização dos Sistemas de Informação Geográfica na gestão das Denominações de Origem vitivinícolas".
Designado Sistema de Informação Vitivinícola da Região Demarcada do Douro (SIV-RDD), o projecto assentará no delineamento do perímetro das várias parcelas sobre ortofotomapas (fotografias onde são corrigidos alguns efeitos e distorções) do Sistema de Identificação Parcelar (ISIP), ou por levantamento dos perímetros com recurso a GPS de alta precisão, de acordo com os critérios de parcelamento do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV).
"Deste modo evita-se a redundância de informação entre os vários actores regionais e nacionais envolvidos, bem como diferenças na área das parcelas de vinha entre aquelas instituições e, futuramente o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), não perdendo de vista as especificidades no que respeita à gestão da denominação de origem Porto", salientou António Graça.
Já em curso, a cobertura de toda a região duriense pelo novo sistema deverá estar concluída "dentro de um a dois anos".
Embora admitindo que o sistema implique "correcções, para cima e para baixo" das actuais áreas das parcelas, o vice-presidente do IVDP não espera oposição por parte dos viticultores durienses.
"As correcções serão pontuais e introduzidas à medida que for sendo feito o varrimento das parcelas de toda a região", afirmou, salientando que se está a "credibilizar o modelo".
Segundo António Graça, parte das aplicações do novo sistema de informação já serão utilizados na presente campanha para a classificação das parcelas com vinha.
No próximo ano, será já possível efectuar o cálculo automático de diversos elementos necessários à classificação de parcelas para atribuição do benefício, como é o caso da altitude, da inclinação e da exposição das parcelas, "assentes numa base mais rigorosa e menos morosa que o tradicional trabalho de campo".
"Futuramente, o trabalho de campo que vinha sendo desenvolvido será mais rápido e reduzido apenas a questões de confirmação de densidades ou identificação das castas", destacou o responsável do IVDP
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