sexta-feira, outubro 31, 2008

Vila Real: Quercus e movimento cívico contra traçado da Auto Estrada Transmontana

iamgem em: www.diariodetrasosmontes.com

A Quercus e o movimento cívico "Cidadãos por Vila Real vão apresentar uma queixa à Comissão Europeia contra o traçado da Auto-estrada Transmontana que atravessa Rede Natura 2000 junto àquela cidade e vai custar 100 milhões de euros.

"Face à teimosia do Governo, que ignora as questões ambientais e económicas, vamos avançar com uma queixa para a Comissão Europeia, que é quem financia parte da obra", afirmou hoje à Lusa o dirigente da associação ambientalista, João Branco.

Menos de uma semana depois de o Governo ter anunciado a concessão da Auto-estrada Transmontana ao consórcio liderado pela Soares da Costa, representantes da Quercus e do movimento cívico reuniram, quarta-feira à noite, para "redefinir estratégias" contra o traçado a sul da cidade de Vila Real.

Em paralelo, a Quercus mantém a intenção de uma acção judicial contra o Estado português por alegadas "ilegalidades" no processo da futura auto-estrada 4, no que diz respeito aos sete quilómetros que vão passar junto a Parada de Cunhos, Folhadela e Constantim.

As queixas da associação incidem, designadamente, na passagem da via pela Rede Natura 2000 e na construção de um viaduto de quase três quilómetros de comprimento e uma altura equivalente a um prédio de 50 andares.

Segundo o dirigente, os sete quilómetros em causa vão custar "cerca de 100 milhões de euros", ou seja, "representam um terço do custo total dos 130 quilómetros da Auto-Estrada Transmontana.

Tal como o movimento "Cidadãos por Vila Real", a Quercus defende a utilização do actual traçado do Itinerário Principal (IP4) que passa a Norte da cidade transmontana alegando ser a solução "mais barata" e "com menor impacto ambiental".

"Seriam poupados 100 milhões de euros que dariam para reabilitar todas as escolas primárias e secundárias de Trás-os-Montes e Alto Douro", sublinhou.

Acrescentou que "não faz sentido estar a gastar esta verba desnecessariamente", principalmente "tendo em conta a actual situação de crise económica e financeira".

Com a queixa à Comissão Europeia, ambientalistas e moradores esperam que ainda possa ser alterado o traçado em causa, visto que, segundo João Branco, a obra tem financiamento comunitário e estão precisamente "em causa questões económicas e ambientais".

Por causa dos protestos, o Governo, através da Estradas de Portugal, já tinha garantido um desvio do traçado desta auto-estrada a Sul na zona de Parada de Cunhos

O IP4 será aproveitado na maioria da sua extensão para a construção da A4 entre Vila Real e Bragança.

A adjudicação à Soares da Costa é ainda provisória, uma vez que as regras do concurso ditam que haja agora, durante 10 dias úteis, um período de audiência prévia em que podem ser apresentadas reclamações.

Este consórcio foi escolhido por ter apresentado um preço mais baixo ao longo do prazo da concessão, nomeadamente 30 anos. Na construção (incluindo expropriações e equipamentos) a sua proposta é de 508 milhões de euros.

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