quarta-feira, outubro 24, 2007

Morreu o escritor António Cabral


O escritor e investigador transmontano António Cabral, que escreveu várias obras sobre o Douro e a cultura popular, faleceu ontem, com 76 anos, em Vila Real.
António Joaquim Magalhães Cabral nasceu em Castedo do Douro, concelho de Alijó, e tornou-se num dos mais importantes escritores de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O também escritor e director do Grémio Literário de Vila Real, António Pires Cabral, disse à Agência Lusa que António Cabral conseguiu «transcender» as fronteiras da região transmontana e conseguiu «impor-se na literatura nacional».
Foi autor de mais de duas dezenas de títulos nas áreas da poesia, dramaturgia, do romance e do conto, tendo ainda desenvolvido trabalhos de investigação na área dos jogos populares e pedagogia do jogo.
António Cabral escreveu, entre outros, «A Mulher e a Cobra», «O Mar e as Águias», «Falo-vos da Montanha», «A Flor e as Palavras», «Poemas Durienses», «O Orfeu Rebelde», «Aqui. Douro», «Os Jogos Populares e o Ensino», «Novos Poemas Durienses», «Ouve-se um rumor» ou «Entre quem é».
A sua última obra, «O rio que perdeu as margens», foi apresentada em Junho como sendo uma obra híbrida de ficção, crónica e poesia.
«Foi um grande poeta do Douro e um homem de grande qualidade literária», afirmou Pires Cabral.
António Cabral, licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, foi professor, fundou o Centro Cultural Regional de Vila Real (1979), de que foi presidente da direcção até 1991, e foi ainda delegado do INATEL no distrito de Vila Real.
No domínio das letras e das artes, fundou em Vila Real a revista Setentrião (1962) e Tellus, de que foi o primeiro Director (1978), e o jornal Nordeste Cultural (1980).

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