Considerando o teor das notícias que têm vindo a ser veiculadas nos órgãos de Comunicação Social, envolvendo a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e de que resultou a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), a Câmara Municipal de Lamego, manifestou publicamente, através de um comunicado emviado à nossa redacção, a sua preocupação pelos interesses representados pela referida sociedade na nossa região.
imagem em:www.vinhasdodouro.com.br
Como é do conhecimento geral, a Sociedade Lusa de Negócios é accionista maioritária das Caves da Raposeira, empresa nascida em Lamego por mãos de Lamecenses e pioneira na produção de espumante, tendo sido aqui, em Lamego, nas Caves da Raposeira, no ano de 1898, que pela primeira vez se produziu espumante em Portugal.
Segundo refere o comunicado da Câmara de Lamego “a Raposeira, é hoje, uma marca identitária de Lamego, de elevado prestígio nacional e de reconhecimento mundial, que nos últimos anos tem vivido algumas angústias existenciais, tendo passado por uma fase atribulada e decadente enquanto esteve entregue a um grupo económico que mantinha a produção sem que fossem adquiridas uvas na região, colocando em causa a sobrevivência dos pequenos viticultores locais e diminuindo o seu quadro de pessoal, pressentindo-se, agora, de novo, o aguçado apetite predador de grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros, como foi o caso da tentativa de compra por um grupo italiano, em 2001, cujo objectivo de negócio consistiria apenas no registo do nome Raposeira, encerrando as suas portas em Lamego, com todo o processo de produção efectuado a partir de Itália”.
O mesmo comunicado refere ainda que “o espectro da transferência de propriedade paira novamente sobre as Caves da Raposeira, que, para a sua produção de espumante, acolhe as uvas de cerca de 400 viticultores da região, tornando-se este facto um importante e sustentável contributo no desenvolvimento económico e social do concelho de Lamego, quer no escoamento das uvas produzidas pelos viticultores locais, quer na manutenção dos postos de trabalho na empresa".
A concluir a Câmara Municipal de Lamego, diz “estar a acompanhar a par e passo todo o desenvolvimento desta situação, não se coibindo de intervir, se for esse o caso, na defesa e salvaguarda dos legítimos interesses da região e de um nome – Raposeira -que é uma referência nacional e internacional da cidade".
Francisco Lopes, presidente da Câmara de Lamego referiu à Rádio Douro Sul que "o comunicado visa sossegar a população em relação a esta importante empresa radicada em Lamego há 110 anos".
O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, disse ainda à Rádio Douro Sul que o seu exectuvo já está no terreno para sensibilizar as várias partes intervenientes no processo
Apesar do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter anunciado que a nacionalização do BPN não implicava que as empresas da SLN seriam abrangidas, sabe-se, no entanto, que alguns activos da holding SLN irão ser objecto de alienação e entre esses activos poderá estar a Raposeira. É nesse contexto que a Câmara de Lamego quer intervir no sentido de sensibilizar e poder vir a ajudar numa solução que permita que a Raposeira fique em mãos que assegurem a sua permanência em Lamego, como nos referiu o presidente da Câmara.
A Cãmara de Lamego, através do seu presidente, assegura que está neste processo com os 400 viticultores do concelho, que fornecem a matéria prima à Raposeira, bem como com os seu accionistas minoritários, administração da empresa e a SLN, por, segundo Francisco Lopes, ser essa uma obrigação da Câmara para com a região e uma marca como é a Raposeira identificativa da cidade.
Francisco Lopes revelou ainda à Rádio Douro Sul que a Câmara Municipal de Lamego está neste processo muito para além da simples solidariedade, admitindo "a possibilidade de intervir no negócio".
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