O Movimento Cívico de Antigos Combatentes está a promover uma recolha de assinaturas a fim de entregar uma petição na Assembleia da Republica , para que o Parlamento e o Governo encontrem uma solução definitiva para recuperar os restos mortais dos milhares de soldados portugueses que ficaram nas ex colónias e entregá-los às suas famílias.
Fotografia do cemitério simulado em Belém , no dia 10 de Junho de 2008
Em comunicado que o Movimento fez chegar à nossa redacção diz:”Portugal vive uma vergonha colectiva desde há 34 anos, ao ter abandonado muitos dos seus mortos da guerra do Ultramar, deixando-os espalhados por locais indignos da Guiné, Angola e Moçambique. Foram deixados para trás, esquecidos por todos os governos desde a Revolução de Abril”, refere ainda o comunicado.
Segundo ainda o comunicado do Movimento, “foram mais de um milhão os militares intervenientes nessa guerra. Cerca de 180.000 vieram com sequelas físicas e psíquicas para o resto das suas vidas; mais de 30.000 ficaram com deficiências físicas graves. Nas zonas de combate, morreram mais de 10.000; destes, 3.029 ficaram enterrados em cemitérios provisórios e em centenas de locais dispersos no mato.
O Movimento Cívico de Antigos Combatentes, iniciou no dia 10 de Junho de 2008, uma luta que tem como objectivo único, recuperar os restos mortais desses milhares de soldados portugueses e entregá-los às suas famílias, conforme foi realizado a semana passada com os três soldados pára-quedistas, trasladados de Guidaje, na Guiné. Não podendo ficar indiferentes e insensíveis ao estado miserável e indigno dos locais onde permanecem hoje, estes portugueses que tombaram por Portugal.
Homenagem pretendida (cerimónia na igreja da Força Aérea, em Lisboa, aos restos mortais dos 3 pára-quedistas trasladados da Guiné)
Para levar a cabo esta missão, o Movimento iniciou uma vasta recolha de assinaturas com vista a entregar uma Petição na Assembleia da República, para que o Parlamento e o Governo encontrem uma solução definitiva para este problema. É um capítulo da Guerra Colonial que está por encerrar. Falta dar dignidade aos mortos que foram deixados para trás e abandonados; pôr fim à omissão dos deveres de um Estado civilizado para com os seus cidadãos que já não têm voz.
Neste momento, o Movimento Cívico de Antigos Combatentes, garantiu a adesão a este projecto de quase todas as associações de antigos combatentes. Está em estudo com a ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias, a sua adesão e colaboração a este projecto. Estão a ser estabelecidos acordos de colaboração com outras organizações: sindicatos, empresas, estabelecimentos de ensino, clubes desportivos, que mostrem disponibilidade para ajudar a conseguir milhares de assinaturas para esta Petição. Aquele Movimento quer com esta acção, fazer uma inequívoca demonstração da vontade dos combatentes da Guerra Colonial, mostrando a sua determinação para travar esta batalha até ao fim, pela memória e dignidade dos seus irmãos de armas.
Situação dos cemitérios na actualidade
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