A concelhia do PSD de Lamego, liderada por Melchior Moreira, deixou claro o seu apoio a Passos Coelho à liderança do partido. Numa mesa onde se viam figuras conhecidas do PSD e onde se encontravam também autarcas do Douro Sul, foi notória a presença de Manuel Martins, presidente da Câmara de Vila Real e Carlos Marta, presidente da Câmara de Tondela, Ladeado pelo mandatário nacional, Fernando Ruas, pelo mandatário distrital de Viseu, Francisco Lopes, muitas outras figuras do Partido Social Democrata deslocaram-se a Lamego para mostrarem o seu apoio a Passos Coelho.
Depois de explicar as razões da sua candidatura à liderança do PSD, Passos Coelho acusou o Governo de amealhar mais impostos do que previa "à boleia" do preço do crude, exortando-o a "estudar rapidamente" a possibilidade de baixar o IVA dos combustíveis.
Ao intervir ontem em Lamego, num almoço com meio milhar de militantes e simpatizantes, Passos Coelho considerou que "os combustíveis hoje custam o que custam também porque o Estado está a ganhar muito dinheiro" com os constantes aumentos de preço.
"Quando aplicamos um imposto como o IVA em cima de um preço que evolui muito rapidamente, o Estado ganha muito rapidamente muito mais impostos do que tinha suposto", frisou, realçando que "hoje o Estado está a ter uma receita que não esperava e que é muito mais elevada, paga pelas pessoas e pelas empresas".
Na opinião de Passos Coelho, "não vale a pena o Estado dizer “não podemos fazer nada, os senhores estão a pagar combustíveis mais caros porque o petróleo está mais caro".
"Isso é verdade, mas só é parte da verdade. A outra parte é que o Estado está a ganhar com isso", frisou.
O candidato a presidente do PSD esclareceu não pretender que o Governo mude o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), mas sim o IVA da gasolina e do gasóleo.
No final do almoço, disse aos jornalistas considerar que "o Estado deve mostrar disponibilidade para explicar que não está para complicar ainda mais a vida às empresas e às pessoas", mas para as ajudar.
Passos Coelho pediu também ao Estado que "deixe de ser caloteiro" e, para evitar mais falências e desemprego, pague a dívida de três mil milhões de euros que tem a fornecedores, equivalente a 1,5 por cento do PIB, exactamente o que o Governo diz que a economia portuguesa vai crescer este ano.
"Se o Governo já tomou a decisão de mostrar as dívidas, só falta agora o Estado pagar o que deve, porque não está acima da lei", afirmou, acrescentando que dessa forma a crise poderia ser menor.
Falou ainda do que disse ser a "realidade terrível de Portugal voltar a ser um país de emigração", tal como aconteceu há 40 anos atrás, no intuito de as pessoas poderem "chegar ao fim do dia e ter alguma coisa para comer em cima da mesa".
"E não venham dizer que as coisas estão a correr mal por causa da crise internacional. Porque é que os nossos parceiros, para quem exportamos, estão a crescer menos do que aquilo que pensavam, mas a crescer mais do que nós?", questionou.
Antes de se deslocar para Lamego, Passos Coelho esteve de manhã reunido em Viseu com associações empresariais e autarcas do distrito.
Contou que estas reuniões foram muito importantes para ter "um contacto directo com uma realidade infelizmente muito pesada no país, de cada vez o interior ficar mais enfraquecido".
"Os problemas que o pequeno comércio, as indústrias, os autarcas sentem com esta assimetria que tem vindo a crescer é uma informação muito importante que permitirá obter respostas mais adequadas aos problemas", acrescentou.
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