quarta-feira, agosto 22, 2007
Museu do Douro promove as tradicionais rogas
Retratadas na obra de Miguel Torga, as tradicionais rogas vão voltar a ser promovidas pelo Museu do Douro, a partir da segunda semana do próximo mês de Setembro. Para os que desconhecem, as rogas eram os ranchos de homens e mulheres que animavam o labor das vindimas com os seus cantares, ao som de bombos, ferrinhos, braguesas e concertinas - para lá de, evidentemente, também pisarem as uvas nos lagares.
Agora, em vez daqueles que ao longo do tempo foram realizando a vinícola tarefa, são crianças e jovens que vão participar activamente nas vindimas.
A acompanhá-los terão os textos do escritor duriense, tema central da manifestação, uma vez que se comemora o centenário do seu nascimento até ao final deste ano. Segundo a responsável pelo serviço educativo do Museu do Douro, Marisa Adegas, três escolas da zona do Porto já se inscreveram na iniciativa que tem lugar na Quinta Senhora da Graça, em Santa Marta de Penaguião. Para quem participar nas rogas, o dia inicia-se às 9.30 horas com uma recepção de boas-vindas aos alunos. Segue-se, à boa maneira de antigamente, um tradicional pequeno-almoço de batatas e bacalhau, forma encontrada de preparar o corpo para as tarefas que se avizinham, entre elas o cortar e posterior carregar dos cachos de uvas. No decorrer das actividades, os estudantes vão sendo surpreendidos por trechos da obra de Miguel Torga alusivos às vindimas no Douro.
Adolfo Correia da Rocha, nome de registo do escritor, nasceu a 12 de Agosto de 1907 em São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa. Sob o pseudónimo de Miguel Torga, é considerado um dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XX. O autor sempre dedicou especial atenção ao ambiente em que viveu, que soube descrever com minúcia realista e efabulatória. Ao caracterizar as vindimas nos socalcos durienses, Torga refere o trabalho "árduo nesses degraus do Olimpo".
O Museu do Douro promove as rogas desde 2004. No ano passado, o evento contou com a presença de 50 crianças e jovens
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